Feliz Natal!

  • 1
Desejo a todos um Feliz Natal e um ano novo maravilhoso, com o som, o ar e o equilíbrio que nos move.

Cântico VI - Cecília Meireles.

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

O Espírito Humano

  • 4
É tão difícil perceber os blefes e as ironias,
Estupefatos estamos, cansados e profanos,
Da língua falada, contada e descrita,
Das poses assombradas, velhas, moças e meninas.

Onde está o espírito?
Onde ele se escondeu?
Através de minha cabeça
Há um pacto que silencia, uma verdade que calunia.

O coração e o vazio caminham pela mesma trilha,
Pela mesma falta de linhas.
Pelo duradouro latrocínio dos próprios pensamentos,
Que agora fazem silêncio.

Santo e profano silêncio.

História e Imagem no Oriente Antigo

  • 2

Inicialmente quero desejar um bom fim de semana para todos.
Hoje resolvi postar algo diferente, falar um pouco do que fiz na semana.

Meu projeto de iniciação à docência viajou para a Paraíba, e como o projeto não vai sozinho eu fui também. O nome é “História e Imagem no Oriente Antigo”.

Fomos apresentá-lo na Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. E durante a epopéia que consistiu a viagem pude aprender muita coisa. Passamos por uma cidade linda chamada “Areia”, na Paraíba. Possui uma arquitetura colonial e neoclássica que enlouquece qualquer apaixonado.
Em Campina Grande conheci muita coisa do centro histórico (e que centro histórico!).
Na apresentação do trabalho tudo correu bem e acabo de retornar.

Foto: Igreja Católica no Centro de Campina Grande/PB.

Beijos a todos,
Keidy.

A Viúva Negra

  • 6
São bravas! Palmas para as belas damas da noite,
Que agora retornam, englobam.
Engolem, entornam!

Dos líquidos todos e, de todos os cigarros,
Toda a fumaça profunda que não mata.
Todo o fogo pela esfera das aranhas entornadas.

No tocante a ampulheta que pega e
Que lasca o coração transviado de teu macho.
Mata-o!
Come-o!
Mata-o!

São belas, são bravas, são damas pitorescas,
São telas em branco,
Pinturas em preto.
Elegia, elegia.
Elogio a brava viúva negra do dia e da noite.

Ode a linha do infinito que pousa e repousa

  • 5
Milagres acontecem no meu velho canto,
Dispersão do silêncio, nos cantos que nem eu agüento.
Minha dor, meu amor, meu prazer, meu temor.

Tudo é grande mistério,
E o meu velho cantinho se esvai
Como bolhas que se estouram,
Como a dúvida quando temos que fazer uma escolha.

O que é o destino?
Somos seres tão distintos em busca de equilíbrio.
Somos passos trilhados ao acaso,
Somos passos planejados.

Na linha do infinito,
Está o ódio e o amor bandido
Meu velho canto se desconstrói,
Minhas velhas cicatrizes reabrem
São instintos.

Minha Apologia

  • 4
Já fiz tantas poesias nessa peça de teatro que chamamos de vida, nesse palco completo, livre e verdadeiro. Já me entreguei a tantas coisas, algumas contemporâneas, outras mais antigas, porém todas partes de mim. Tantas poesias que nem sei se assim as posso chamar, mas sei que feias ou bonitas, elas revelam algo de mim, às vezes bem pouco, às vezes um pouco mais. Em minha mente está algo bem mais arraigado que tudo isso, uma total imbricação ao todo e ao vazio, as sensações através do vidro, ao meu amor, a minha fulana, a minha rapariga, ao meu eu, ao meu outro eu, ao eu distante de mim. É pessoa, é bicho, é coisa, é sentimento, é distração, é munição, é tempo, é se perder no tempo, é vagão de trem confuso, é andar entre o equilíbrio e o escândalo, é perturbação, é angústia, é o concreto e o abstrato.
Não falo de um amor, como aqueles que a gente sente por homem ou mulher. Não falo de indecisão, falo de introspecção de barreiras intransponíveis. Falo de sentimento ao acaso, ao vento, mas não é sentimento de momento... Às vezes as certezas fogem as nossas mãos como um pássaro que acabara de ser solto, sem saber se deixa seu dono e sua gaiola a qual está acostumado, só sei que as certezas somem. Antes, isso me matava diariamente, mas percebo que coisas certas não atraem, não tem gosto, nem brasa, nem paixão solta no vento, nem amor de raiz. O que me atrai é saber do que não sei, do que não pego, do que sinto.
De ti dependo, te peço, me dedico a todo instante, com encanto e desencantos, para não quebrar o cristal que te liga a mim. Não me deixa se não eu morro, por ti sou piegas. Isso é piegas? Você é forte e me domina, me coloca em teus braços e me amarra, me solta e me deixa como folha desprendida de seu caule, construímos nosso mundo unidas, com brigas, tapas e surras, com carinhos, beijos e abraços.
A minha mulher, a minha vida, minha paixão, meu AMOR. Tu és o que me acalma e me calunia, me acalanta e me faz chorar, choro bom de gozo do que não sei. Tu és minha dedicação, minha entrega, meus delírios e desatinos. Tu és meu ódio, meu apego e meu não entendimento, meu forte e meu fraco, meus pontos de encontro e desencontro, tu és minha, mas eu te divido. Oh quão bom é não ter ciúmes de você, mentira! Eu morro, eu me mato, eu grito e me calo de ciúmes de você. Minha faca, minha isca, minha HISTÓRIA, minha VIDA.

Ilustríssimo Eu...

  • 3
Ilustríssimo eu,
O que são conexões a quem se perde constantemente?
E os instintos que me salvam e perduram ao mesmo tempo?
Do lado oposto de minhas indecisões,
Como um caso impreciso de amor e ódio e,
De sensações vagas e de olhares profundos.

Ilustríssimo ser que vive dentro e fora de mim,
O mais longe que consigo te enxergar,
É no burburinho e no sossego,
Sigilo e segredo que apontam,
Ora afloram, ora desbotam,
Ora se escondem dentro de mim.

Mas eu sei, ele está aqui,
Só tenho que finalizar baixinho,
Para que meu burburinho não acorde e,
Eu tenha que passar a noite cantando,
Músicas de acalanto em voz suave,
Mesmo que o conteúdo da canção seja um tanto grave.
E você não mais se acalme,
Até vir pedir a divisão de meu café,
Que já fiz pouco, só pra não ter de ficar acordado,
Lembrando de minhas rimas, falhas e pecados.

Ilustríssimo eu,
Devo dizer que saio de fininho,
Como uns delineiam, despercebido.

Dispersa em meu Equilíbrio

  • 4
Selada pelo gozo bendito está a maldita expressão de meu equilíbrio, ferido e exposto com dor e admiração. Mergulhado em êxtase de olhares fumegantes, cercado em desequilíbrio da mente, (comum)mente. Ferida dispersa de traços de corpo vendido, de abominação parida e partida e dispersa e macabra e bonita e louca e sã.
A alma grita, está rouca de tanto silenciar, os silêncios claros do casulo da noite solar. O sol que arde, que flameja e que paira sobre as figuras doces da canção calada, que está em total desequilíbrio com a junção da loucura, paixão, do acabamento e da dispersão.

Do Tom

  • 2
Seríamos nós gigantes no tempo?
Os que passam, alentam. Os que derrubam, destroem.
As almas impuras, pessoas dúbias, claras e profundas e, de atento fraternal.

Seria de bom tom termos a senhoria do vento?
Como se o tom destacasse tudo e, como se um mar de águas escuras nada conseguisse tornar secreto. Será que existe o tom?

Que tão bela e tão temida criatura é o vento. Sim uma criatura!
Não falo do vento que sopra, espalha, leva, trás. Não é ao vento que refresca que faço minha referência.

Existe algo que passa, alenta, derruba e destrói. Existe nisso impureza e dubiedade. Existe também a clareza, a profundeza e o inferno dentro da nossa cabeça.
Também deve existir o tom. Que deve está claramente descrito na variedade de almas. Isso se existirem as almas.

Existe o vento que sopra, espalha, leva, trás e refresca. E dentro da nossa cabeça há algo que certamente se reconstrói.

Parentes de Primeiro Grau

  • 3
Do nada tudo se decifra e, é do nada que entendemos a precisão de romper com o sangue que jorra. Somos filhos da iminência, adoradores da magnitude.
Acabei de quebrar um emblema e, dormindo atento acordei sem entender. O emblema parece não me pertencer – essa não é uma informação confirmada, nada é confirmado –, mas como sempre está aqui dentro do mundo, o mundo sou eu. Não sou inimigo de mim nem mesmo teu, não sou o realce do medo, essa face de meu lado obscuro esfacelou-se no chão.
Devo ser talvez alguma parte perdida de uma face distinta de dentro de meu coração que insiste em se recuperar. Até parentes próximos da idiossincrasia consultei mas, seria muita pretensão estabelecer uma certeza. Nós somos o que guerreamos dentro de nós, o que somos capazes de entender e duvidar, de contestar. Somos um misto do nada e do mundo, do tudo e do absurdo. Sei que não tenho dúvidas, mas as certezas estão bem longe de mim, a dois passos no escuro, quando se encontra o clareado. Mas não confunda isso como uma tentativa desesperada de nomear o absurdo! Não é isso! Quando digo que não tenho dúvidas evidencio que elas sumiram porque se tornaram minha curiosidade e anseio latente.

Sei Lá!

  • 5

É tão bom falar comigo, tentar procurar o desconhecido em mim.
Eu busco equilíbrio, até o fim. Se bem que não sei se o fim existe, mas se existe certamente está dentro de mim. Queria eu fazer o que sempre quis, achar o que me faz falta, mas percebi que essa procura constante é o que me faz acordar. Percebi que minha felicidade consiste no equilíbrio. Mas, a causa de minha felicidade não é algo que eu consiga explicar, não porque não queira, mas porque não consigo, felicidade se sente!

Meu equilíbrio consiste em respirar o mundo em sua total maneira, pelo menos na maneira que me compete.
Respirar! Gritar! Sei lá!

Eu amo respirar vestígios de mundo, encontrar novos indícios, decifrar o indeciso.
Minhas dúvidas e minhas certezas incertas: levo tudo pra longe e perto de mim. Me carrego, me encontro, me perco em encantos e desencantos. Me perco e me encontro dentro e fora de mim.

Cada Um

  • 4
Minha casa está meio agitada, meio vazia,
Não consigo descrevê-la perfeitamente.
Minha alma inchada não possui respostas,
E não se cansa de procurar.
Eu não sei nem ao menos onde continuar buscando,
Mas certamente vou achar.

Em algum lugar da minha casa está
Algo que não sei se é amor ou ódio.
Nunca deu pra ficar parada olhando o tempo passar.
Eu envelhecendo e ele novinho como sempre?
Onde está minha casa?
Ela reflete em minhas expressões?
E minhas feridas rasgadas, onde se esconderam?
Você me diz pra levantar sem ter noção do quão difícil é,
Mas você está certa,
Eu não vou te dizer adeus,
Porque o mundo está na minha mão.

Eu andei e parei para refletir,
Para me responder em momentos indecisos,
Eu constatei que todos os dias é uma luta,
Luta incomum:
Procurar sem perturbação a minha casa.
Se vou achar não sei, às vezes a certeza me some,
Mas se eu não encontrar,
Certamente não será porque me abati e desisti de procurar.

Um copo, uma mesa, uma companhia: eu.
Amores e horrores caminham juntos,
É a certeza que me trás todos os dias aqui,
Eu não sei mais de nada,
Mas sei que tudo está aqui.
Minha casa, minhas expressões e minhas feridas rasgadas.

Odeio Interrogatórios

  • 10
A louça suja permanece,
A parede marcada não cairá,
Parede de meu peito, que cortado está no chão
As cinzas não se espalharam, não desapareceram
Permanecerão intactas no desenho,
No desdenho de meu peito.
Na falta do fôlego só teu ar.
Demasiado e inegavelmente tarde,
Percebi que ninguém é minha vida além de mim.

Eu poderia ter comprado seus vestidos,
Te coberto no sono longo e frio,
Mas não o fiz e foi melhor:
A vida não me prende, nem me solta
Que ela me leve a algum lugar, mas não me assole,
Que não me faça perguntas e jamais será enganada.
Não com mentiras, mas sim com a incapacidade de demonstrar quem sou,
Pois não sei quem sou.

Não sei.
Nem descobrirei.

  • 2

O título não diz quase tudo, na verdade o título deste escrito nada diz. Porque mesmo que eu escrevesse mil palavras com mil significados diferentes, eu não poderia descrever nem passar o que estou sentindo agora. Estou intacta, estou tirando de dentro de mim um peso que não sei de onde veio, nem sei se vai ter fim.
Um pássaro se esvai por entre meus dedos, que por mais que não tenha perdido, deixei fugir, deixei sair de mim, deixei pela covardia de me ser.
Talvez porque como diz Clarice "ter nascido me estragou a saúde", talvez porque eu realmente não nasci para entender o que me acontece, o que é justo ou o que é pecado.
Eu não nego quem sou, não me exalto, pois o que tomou conta de mim, é nada mais do que um vazio profundo que por mais que eu tente preencher eu vou continuar com medo de perder.
Não é medo de ser feliz nem de arriscar, é que acostumei-me em ser só, de modo que não sei como se conserva quem mais amo. Eu sou tão acostumada a viver comigo mesmo que quando verdadeiramente tenho alguém do lado, tenho medo de perder. E esse medo é que me faz desistir, talvez por amar demais e não entender se posso ou não dar o que se quer de mim.
Eu sou só. Só de mim.

O Mentecapto

  • 2
O segredo, o ódio da paixão inacabada,
Faz-se de forte, mas no quarto em lágrimas desaba.
Ele já não sabe mais escrever a sua sina,
E em teus olhos brota o corpo penetrante.
Que em fogo ardente faz gelar os teus conselhos,
Calou a boca, o coração e a cabeça,
Por covardia ou por falta de coragem,
Não foi fiel quando trovou o que enseja.
Largue o mundo e ponha as cartas sobre a mesa.

Abra a boca, o coração e a cabeça.
Lave o rosto e dê dois passos indesejados,
Que intemporal idade não saber o que dizer,
Mas não é condenável não ter como fazer.
Dê a glória aos que pelo menos tentam,
Muitos acabaram e morreram por morrer.

Poema Vazio

  • 2
A estrela cadente se curva deprimente,
No fóssil, no ócil de se estar ausente

Não se enxerga é, um traço do passado,
Que comumente pensa estar inacabado

E, com efeito, o que se irá dizer?
Quando fecharem as portas e não restar que fazer?

Nos interstícios do homem sem razão,
Quem é que condena, e quem faz a exaltação?

Dê a vivacidade merecida à loucura estrelada,
Pelo fato comum discutido nas calçadas.

E não pense que falar é deprimente,
Pior que isso é estar sempre ausente.

E aceitar só falar o tempo inteiro,
É acabar o seu seleiro, é desespero.

Um Recipiente

  • 2
Sem entender onde está o crime, quem ama ou finge se esvai. Onde estaria meu eu nesse instante? Por trás de algum dia perdido – isso é impossível – porque por mais que um erro seja cometido ele o foi, e o dia bem ou mal lhe serviu. Não seja servo dele.

Estou me reiventando a cada instante, regido pela sorte e movido pelo acaso, o entorpecente do não entendimento e do lapso que me foge e não regenera.

A Fúria da Enxurrada

  • 3
Tudo começou quando perdi a companhia que alegrava meu espírito.
Alguém que estava em mim. Não há mais ninguém que sobreviva a fúria da
enxurrada que por todos os dias celebra nossos anos de casamento.
Eu desprezei minha emoção, caminhei por ruas escuras, eu pensei que
alguém fosse chegar pra segurar a triste fúria. Fui incompleta, só.
Não importa mais nada, alguém quer se dividir,
Só há um motivo que me prende aqui,
Isso não é algo que eu possa explicar.

Ínfimo

  • 2
Usa, abusa
Dos costumes infame,
Como é bom ser ínfimo.

A crítica da atração me governa, me guia.
A ira da destruição.
Não me leva. Nem eleva.

Não uso de segredos meus,
Descubro os teus.
Chantagem.

Ato puramente,
Deprimente,
Deslustrado.

Alma lapidada.
Na arte,
Conspurcada.

A Confusão e o Abstrato

  • 3
Responda-me quem sou, pois eu não sei, ou talvez saiba. Não, não sei!
Eu não suporto o barulho culminante do universo em crise que aponta no fim de cada dia. Dói escutar o barulho do silêncio e o silêncio que vem com tantos gritos. É que eu não sei fazer outra coisa, nem sei do que na verdade sou capaz de fazer, e até onde posso sonhar sem que esses desejos não se tornem mais um capítulo do que não suporto mais ver.

Saga n° 1 ou Endereço do Elo Perdido

  • 2
Antes de mais alguma coisa, o elo perdido continuará perdido no final desse texto, portanto sinto muito se é esse o objetivo com a qual o lê. Estou procurando o endereço desse e segue os fatos:

Caminhando por entre estrelas promíscuas
(Promíscuas pois quando perguntei
Sobre sua origem e vida obtive
Um silêncio acolhedor de mais dúvidas).

Talvez seja isso a parte profunda do ato de ser
(Talvez seja antipatia por natureza,
Ou simplesmente um momento mágico
de ter apenas uma companhia: a sua própria).

Não sei mais, tenho duas teses para a indagação do eu.
(Prefiro abandoná-las antes que meu senso
Ou a falta dele me tome por completa e intuitivamente,
Relatando fatos preciosos ou descartáveis).

Caminhando por entre cacos e sem cicatrizes
(Consiste no ato de ser forte na madrugada só,
Antes que a explicação se perca
Em um regime de aspereza, na luz acesa que nada clareia).

Devo dizer que tudo isso se trata de noção,
(De quem se é, de quem não consegue entender o que se é.
Falo da introspecção máxima do natural
Esqueça o mundo e perceba: tudo está em alguma parte de você)

A teoria abordada sobre a busca do eu chegou as primeiras conclusões:
- O silêncio pode ser proposital mas, também pode assumir o papel de pensamento profundo e distração.
- É, sempre necessário viver consigo mesmo, por alguns instantes é imprescindível a solidão.
- A conclusão é a dúvida.
- É preciso de calma para enxergar a força que está em você, é possível colocar o mundo na palma da mão, não que ele seja pequeno mas é evidente que você o carrega nas costas (não falo da idéia de fardo. O mundo não é um fardo, o mundo é o que você o torna intimamente).
Tudo está em você.

O Não Entendimento

  • 4
No meu palco, o tempo, a distância, alento.
Escrevendo, fazendo de mim mais forte que o vento.
Gritando ao mundo que há em mim,
Nada está ultrapassado, nem o tempo.

Tudo é muito curto, um vestígio de eternidade
Um beijo, abraço, paixões inexplicáveis,
Racionais. Dei-me conta de minha racionalidade,
É essa é a melhor sensação que existe.
Mesmo sabendo que não tomo conta de mim,
É muito bom saber que ninguém me tem.
Ninguém mesmo.
Nem eu.

Porque tudo é muito frágil,
Tudo se detém,
Mas tudo é ninguém.

Porque o universo está dentro de você,
Basta descobrir o lugar.
E até lá, permanecer sem entender,
Bom mesmo é achar que sabe de quase tudo,
E se surpreender um pouco,
Quando se descobre que não se sabe de nada.
Isso é não entendimento,
Visão que se aplica e te faz feliz.