Ela por ela mesma

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Ela escutou os ruídos em uma rua vazia.
Eram os traços infinitos de um dos seus passados.
E ela cantava loucamente querendo chamar atenção,
Mas não a escutavam, nem a voz tampouco o coração.

Triste destino se a banca julgadora da vida fosse normal,
Mas ela é sua deusa e preza pela solidão.
Para falar a verdade, nem sabe o que é solidão,
Quem sempre viveu só não sabe o que é sentir falta de alguém.

Ela não conheceu o outro, sua alteridade é ela mesma.
Não conhece rostos, sorrisos falsos nem verdadeiros,
Mas se conhece como ninguém.
E o melhor é que para ela não existem defeitos nem qualidades.

Ela é o caminhar sozinho no meio da chuva da noite,
Ela é a entrega ao nada debaixo do sol escaldante.