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O título não diz quase tudo, na verdade o título deste escrito nada diz. Porque mesmo que eu escrevesse mil palavras com mil significados diferentes, eu não poderia descrever nem passar o que estou sentindo agora. Estou intacta, estou tirando de dentro de mim um peso que não sei de onde veio, nem sei se vai ter fim.
Um pássaro se esvai por entre meus dedos, que por mais que não tenha perdido, deixei fugir, deixei sair de mim, deixei pela covardia de me ser.
Talvez porque como diz Clarice "ter nascido me estragou a saúde", talvez porque eu realmente não nasci para entender o que me acontece, o que é justo ou o que é pecado.
Eu não nego quem sou, não me exalto, pois o que tomou conta de mim, é nada mais do que um vazio profundo que por mais que eu tente preencher eu vou continuar com medo de perder.
Não é medo de ser feliz nem de arriscar, é que acostumei-me em ser só, de modo que não sei como se conserva quem mais amo. Eu sou tão acostumada a viver comigo mesmo que quando verdadeiramente tenho alguém do lado, tenho medo de perder. E esse medo é que me faz desistir, talvez por amar demais e não entender se posso ou não dar o que se quer de mim.
Eu sou só. Só de mim.

2 comentários:

Carla disse...

Amiga, existem situações na vida em que ficamos só e, creia-me, vale a pena viver esse momento...
Saímos dele mais fortalecidas e prontas pra caminhar ao lado de alguém, se for o caso...
Bjo.

Rafaela Abreu disse...

Com o perdão da palavra... Caralho!
Isso que tu escreveu é incrível!
E é só isso que eu posso dizer...