Poema Vazio

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A estrela cadente se curva deprimente,
No fóssil, no ócil de se estar ausente

Não se enxerga é, um traço do passado,
Que comumente pensa estar inacabado

E, com efeito, o que se irá dizer?
Quando fecharem as portas e não restar que fazer?

Nos interstícios do homem sem razão,
Quem é que condena, e quem faz a exaltação?

Dê a vivacidade merecida à loucura estrelada,
Pelo fato comum discutido nas calçadas.

E não pense que falar é deprimente,
Pior que isso é estar sempre ausente.

E aceitar só falar o tempo inteiro,
É acabar o seu seleiro, é desespero.

Um Recipiente

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Sem entender onde está o crime, quem ama ou finge se esvai. Onde estaria meu eu nesse instante? Por trás de algum dia perdido – isso é impossível – porque por mais que um erro seja cometido ele o foi, e o dia bem ou mal lhe serviu. Não seja servo dele.

Estou me reiventando a cada instante, regido pela sorte e movido pelo acaso, o entorpecente do não entendimento e do lapso que me foge e não regenera.