A Viúva Negra

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São bravas! Palmas para as belas damas da noite,
Que agora retornam, englobam.
Engolem, entornam!

Dos líquidos todos e, de todos os cigarros,
Toda a fumaça profunda que não mata.
Todo o fogo pela esfera das aranhas entornadas.

No tocante a ampulheta que pega e
Que lasca o coração transviado de teu macho.
Mata-o!
Come-o!
Mata-o!

São belas, são bravas, são damas pitorescas,
São telas em branco,
Pinturas em preto.
Elegia, elegia.
Elogio a brava viúva negra do dia e da noite.

Ode a linha do infinito que pousa e repousa

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Milagres acontecem no meu velho canto,
Dispersão do silêncio, nos cantos que nem eu agüento.
Minha dor, meu amor, meu prazer, meu temor.

Tudo é grande mistério,
E o meu velho cantinho se esvai
Como bolhas que se estouram,
Como a dúvida quando temos que fazer uma escolha.

O que é o destino?
Somos seres tão distintos em busca de equilíbrio.
Somos passos trilhados ao acaso,
Somos passos planejados.

Na linha do infinito,
Está o ódio e o amor bandido
Meu velho canto se desconstrói,
Minhas velhas cicatrizes reabrem
São instintos.