O Mestre

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Há cem anos indaguei um mestre
Queria saber o que é sentir
E, sair de minha vida anestesiada
Longa demais em um só dia.

Ele esperou o inverno chegar
E o frio acalentar minhas vestes suadas
Levou-me a ruas calmas,
O mundo estava calado
Só se ouviam suspiros raramente
Quando até as matas se fechavam.

Ele segurou minha mão
E mortalmente intactos
Escutamos um barulho inebriante do inexpressivo,
Das pessoas paradas nas ruas desertas,
Dos pingos de chuva
Que insistiam em lavar minha alma
E, em me dizer: você está vivo.
Escutamos o puro inocente barulho do mundo
Que não conseguia calar,
Pois suas paredes riscadas insistiam em me comunicar.

Entrara em mim. Senti.

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