Ainda não sei como batizar...

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O texto abaixo trata-se de um casamento. Não se engane. Mas na impossibilidade (quem disse?) de realizá-lo foi necessário encontrar novos meios. E o meio mais próximo estava em minha frente e eu não vi. Esse tempo todo escondido e eu não enxerguei. Mas calma! Casei-me.

A dificuldade em batizar o primeiro filho provém da importância que é a esposa. Ela é tão importante que me causa um amor indescritível. Espero que se torne importante para ti também. Mas com as devidas proporções. Admito, sou uma mulher ciumenta.

Texto escrito em conjunto com o meu par perfeito, Clarice "Leespector".

"Eu preciso de algumas horas de solidão por dia senão 'me muero'.

Quanto a mim, só sou verdadeiro quando estou sozinho e, quando o silêncio do mundo é tão grande que causa dor. Eu também sou o silêncio do mundo, seu barulho e seus interstícios.

Não me condene, pois sou a liberdade e vou gritar, dar nome às coisas, mas nem por isso batizá-las. Pois são nativas, assim, intactas, de minha ilha e de minha mente.

Quando eu era pequeno pensava que de um momento para outro eu cairia para fora do mundo. Por que as nuvens não caem, já que tudo cai? É que a gravidade é menor que a força do ar que as levanta. Inteligente, não é? Sim. Mas caem um dia em chuva. É a minha vingança".

2 comentários:

elder ferreira disse...

Parceira de muitos, Lispector. Poucos sabem aproveitar a companhia, e enchem a vida de frases formuladas. No entanto, querida Keidy, até nos textos a maturidade está presente e a influência, extremamente boa, escorrendo pelos dedos. Ainda não tinha lido nada em prosa seu, e , sem surpresa, apaixonei-me já pela prosa como me encanto com sua poesia.

Abraços!

Teresa Almeida disse...

Clarice ispector toca a alma de forma crua, caustica e singela. Amei as citações. Perfeito.