Como se foss’eu

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Será doce como o mais puro mel,
E terá um sabor agradável e suave
Como se fosse o meu prato predileto.
Terá um gosto forte, no início e no final,
Como se fosse aquela pimenta...
Aquela cujo gosto é o que mais me agrada.

Será rápido como o vencedor de uma maratona,
E terá um traço súbito
Como se fosse a minha canção favorita.
Será bonito – no meio – como pérolas.
Precioso como o que só pode ser extraído...
Extraído de um só lugar.

Será devagar como a imagem em câmera lenta
E não estará a esmo, anda com liberdade,
No início – caminha – no meio – com direção – e no fim.
O início é um marco, mas o fim não é o final.
E terá um lugar no mundo...
Um lugar que será meu também.

Um comentário:

elder ferreira disse...

Sempre com construções tão lindas. O início, olha que coisa, me fez lembrar de cântico (ou cantares, não estou certo) - o da bíblia mesmo, onde deus nem existe e a poesia prevalece por todos os lados (por vezes me pergunto como deixaram aquele livro na bíblia, tem cada figura sugestiva de acordo com cada cabeça). Mas deixando um pouco dos meus bobos comentários: como sempre, seu texto tá muito bom.

abraço.