"E poderíamos pensar, um momento, na sombra amarga que somos".
Cecília Meireles.
Ali está,
De frente pro lago.
Ali está,
Sem pensar,
No fácil, difícil,
Vontade, sem ímpeto.
Afundam os barcos,
Ficam as velas,
As viúvas choram acompanhadas,
De mais viúvas solitárias.
Ele partiu sem deixar filhos,
Sem deixar nome, vestígios,
Singrou no mar,
Nas noites cinzentas,
A tempestade veio acalmar.
E, no frio de sua timidez,
Tomou um gole quente:
Destilado outra vez.
Titubeou, alegrou-se.
Em noites tempestivas,
Tocaram-se os sinos,
Registraram-se as sinas,
Melancolicamente singulares,
Como purificação do impossível, distinto,
É impossível assim ser.
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7 comentários:
me senti bem aqui.
obriada pela visita.
passe mais vezes.
;*
Triste sina, triste poema! Mas, geralmente a realidade não é alegre.
Fique bem! Beijos pra ti!
Que beleza, Keidy! Uma exortação ao destino! A sina em nossas vidas é inevitável. Cada um tem a sua. Intransferível. Nada como aceitar aquilo que não se pode mudar, dentro e fora de nós mesmos. Nada como nos amarmos, assim como somos, transpondo os ideais e, porque não?, os próprios sonhos. Viver é a palavra de ordem para hoje.
Grande beijo.
Ana
Fico pensando se você tem mesmo noção da intensidade de sua inteligência, sua sensibilidade... meu Deus!
Talvez as pessoas nem percebam ou sequer entendam sua poesia -o que é uma pena- e comentem por hábito, isso é comum em todos os blogs; mas olha, eu te admiro muito, de coração e desejo realmente que haja mais percepção.
"E poderíamos pensar, um momento, na sombra amarga que somos".
Mas um poema pra arrebentar, né?
Triste, mas real.
Adorei.
Bjão e otima semana!
Concordo com a Menina da Lua viu? sempre brilhante vc....textos refinados e tocantes.
Esse levemente melancólico, mas lindo.
super beijinhos!
"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar".
Clarice Lispector
Boa semana.
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