Viagem ao Fundo

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Isto está ficando estranho,
Meu medo desapareceu quando percebi
Que ele era pai dos covardes.

Afundei e desafoguei
Rastros pintados e bonitos
E levei minha mente a um lugar longe
E cantei: “vamos sair daqui
Pra qualquer canto ainda mais perdido”.
Você ainda está perto,
E isso não alivia minha dor.

Minhas bases caíram
E meus amigos sumiram
Minhas provas apontaram
Suspeitos comumente culpados.

Em meu traço cansado
Pousou um pássaro
Pediu-me para voltar a copiar
Rostos em minha mente,
Concordei e depois fui há um lugar
Cá estou, perdido de todos
Encontrando a mim mesmo.

O Mestre

Há cem anos indaguei um mestre
Queria saber o que é sentir
E, sair de minha vida anestesiada
Longa demais em um só dia.

Ele esperou o inverno chegar
E o frio acalentar minhas vestes suadas
Levou-me a ruas calmas,
O mundo estava calado
Só se ouviam suspiros raramente
Quando até as matas se fechavam.

Ele segurou minha mão
E mortalmente intactos
Escutamos um barulho inebriante do inexpressivo,
Das pessoas paradas nas ruas desertas,
Dos pingos de chuva
Que insistiam em lavar minha alma
E, em me dizer: você está vivo.
Escutamos o puro inocente barulho do mundo
Que não conseguia calar,
Pois suas paredes riscadas insistiam em me comunicar.

Entrara em mim. Senti.

As Regras do Mundo

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Se existissem regras no mundo
Como as de uma ilha onde só um sobrevive
Mesmo assim me entregaria
Só pra o mundo não perder teu sorriso.

E se eu pudesse romper essas regras
Romperia todas elas
E passaria tardes falando coisas
Que só nós entendemos.

Bom que essas regras sorumbáticas não existem
E eu posso passar o tempo todo
Olhando pra você e me pondo a admirar nossa amizade.

Eu Nem Sei. Sou Leiga

Eu já nem sei mais no que pensar,
Eu nem sei porque insisto em procurar meus amores,
Já que os encontro todos os dias
E os perco todos dias.

Amo cinco ou dez vezes no mês,
Sabendo que nunca vou amar de verdade, nem quero.
Ou talvez já ame, porque eu sei que quanto mais o tempo passa
Mais você é única para mim.

E que não importa quantas pessoas eu ame na vida
Quantas eu conheça em um mês,
Nenhuma delas me tocará como você,
Nenhuma delas me fará sentir as certezas que você tem.

E eu sei que cada dia fica mais difícil
E, às vezes fico incrédula quanto a você
Mas um dia talvez aconteça, ou não.
Independente de tudo eu te amo.

E eu acordo todos os dias sabendo disso.
É por isso que eu não falo ‘eu te amo’ aos meus amores
Porque só você é dona de mim
Faço minha as palavras do poeta:
“Se eu tivesse 30 segundos de vida
Queria passar olhando nos seus olhos”.

Contemporaneidades

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Não gosto de pessoas, das multidões,
Tampouco fazer amigos. Eu detesto fazer amigos!
São poucos os que conseguiram quebrar minha barreira.
Bem poucos.
Poucos mesmo.

Meu quarto, minha caneta e papel me bastam.
Não gosto de conversas para conhecer pessoas,
Perguntas bobas, convites...
Não gosto de pessoas.

Eu detesto coisas contemporâneas,
Causam-me um nojo enorme
Prefiro beber vinho, ler e fingir que vivo no ano um.
Minha vida passada foi no ano um.

E quando conversam comigo pela primeira vez,
Rolam duas ou três palavrinhas de minha parte,
O restante é observação, não das pessoas, mas do complexo.
Nunca uma pergunta!
Detesto responder e fazer perguntas de pessoas que nunca vi.
E são perguntas bobas, cansativas.
- O que gosta de fazer?
Ah! Eu não gosto de responder.

Poucos conseguem sobreviver ao pouco diálogo
E ainda sim gostar de mim.
Eu detesto fazer amigos.

Eu gosto de coisas diferentes,
Detesto as pessoas que me agradam por conveniência.

Amigos são bem poucos,
Os que realmente confio são meus amigos.

Ontem Entendi

Amo pintura.
Sempre desenhava uma casinha com um jarro na janela
E até hoje só sei pintar uma casinha com um jarro na janela,
Mas eu amo pintura.

Amava brincar de bonecas,
Até no dia em que minha amiga chamou pra brincar de bola.
E até hoje amo brincar de bola.

Carros?
Amo carros. Gostava de sair deslizando com eles pelas paredes,
O carro andava de cabeça para baixo e vice-versa.
Amo carros.

Nunca entendi porque meu cachorro saiu de casa,
Eu amava-o e ele me deixou,
Até hoje nem sei onde está o Rambo (o nome dele),
Talvez ele tenha feito o que todos querem:
Uma espécie de libertação.

Já minhas velhas escritas,
Guardo uma carinhosamente, ela está amassada e amarelada,
Mas tá guardada, eu amo olhá-la de vez em quando.
As outras se perderam no, mas estão na minha mente.

Tantas paixões, mas nenhuma que me reja,
Eu não me permito ser regida.

Vamos Cuidar de Nossa Razão

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A emoção anda me regendo
E meu medo menos evidente mostra
O que quero ver e anima meu lar
Vamos cuidar de nossa razão
Vamos fazer isso sim,
É só isso que quero
Deixa que eu cuido de ti.

Il Peso di Una Rottura (O Peso de Uma Lágrima)

Quale sarà il peso di una rottura?
La q che può fare in un'anima?
sia capace a arrasar un cuore?
O a timore nel dire chi il motivo?
O stessi al forse scelgono in mezzo sì e non?

Quel peso ha una rottura?
Quella rottura che il vostro occhio scarta?
Che cosa vi allontanate via dal vostro occhio come illusione?
Che cosa non della voce al cuore?
Quale il peso della rottura che ieri si è rovesciata?
Sarebbe il peso della malinconia?
Dell'amore?
Di poesia?

Forse un giorno scopre…
Il peso di una rottura.

Fragile (Delicada)

Quasi non mi verifico per parlare
E il vostro sorriso quella gioia nel guardare
Anima del `del minh di Enleia
Occasione della miniera I di desiderio
Copre i supporti
Disegnato nella vostra pelle,
Fragile.

Apre un varco tutte le vene
Respirate gasping il vostro desiderio in mia carne, desiderata
È questo che ritengo
Il mio corpo feverish,
Ardendo nelle curve della vostra bocca
Che corse e devora di I il corpo ed il pensiero.

Le vostre mani calde
Li agitano me e devoram me,
Un frêmito me causa,
Hieroglífica il mio corpo,
Decifra il nostro pensiero seguente,
Sono il vostro.

Anime unite lungamente fa
Sempre, da allora quello siamo sopportati.

Ditosa (Ditosa)

La gioia di guardare
Il semblante della vostra faccia graziosa
Mi diletto nelle vostre armi
Goddess di Ditosa
I vostri occhi graziosi
Lo incitano per tremare, amare.

Non è armi necessarie
In modo che lo ritenga proteggere
Né spade e chakram
Né tutto l'esercito di Troy
E, la forza di Esparta
Assegnano me la protezione esso
Che soltanto l'amore allineare e puro
Trasmette in me
Perfezione Divine.

Óh, donna graziosa
Che tutto il Olimpo se mette per ammirare
Più bello di Afrodite
Fa per sudarlo.

Forse uno voi
Che esso sempre stivamenti da cercare
Qualcuno che lo inciti per ritenere
Un amore così forte
Quello in loro si trasforma in in due corpi
E, un'soltanto anima.
Anime gemellate.

Minhas Certezas

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De todas as coisas que juro ter nessa vida
Poucas são as que realmente tenho
As que eu sei: são minhas e das quais pertenço.

São poucos os fatos que considero
Poucas pessoas e objetos
São bem poucas minhas certezas.

Já andei duvidando de coisas que não podia
Confiando em coisas que não mereciam
Precavendo-me excessivamente por medos passados.

Já andei parando pra pensar
Quando os fatos queriam que eu andasse
E fui impulsiva quando na verdade deveria está intacta.

Andei fazendo balanços relevantes
E cada vez mais concluo
Que são poucas as minhas certezas.

Contáveis certezas,
Deus, a primeira delas.
E você.

Comumente Chamada de Loucura

  • 0
Sou um traço perdido nas tramelas
Das janelas rústicas da vida,
Passageiro sem rumo de pensamentos maliciosos,
Eu sou só a pessoa do último banco,
Congratulada com a noite que aparece.

Sou o último sopro do dia
Entrelaçada com vestígios de felicidades reservadas
Com profundas escritas registradas em mente
Vítima da vida, ou não.

Eu nem sei bem ditar tudo isso
Pois sou um enigma a ser entendido por mim mesma
Mas a noite está chegando e me pego a ouvir
O ronco poluído dos carros e as rodas de ciranda
Essa é a perfeita ironia dos obrigados a ser
E da inocência sem e por querer.

Eu sou algum ponto perdido,
Comumente chamada de loucura.

É Só Pra Passar Tempo

Envoltas numa teia, suas tristezas e rancores
A insanidade como único intuito de paz
E as tormentas afetam meu recanto
Elas um dia desistirão e, nesse dia eu vou gritar,
Para comemorar uma espécie de libertação.

Eu fico meio sem sentido
Quando nem sei o que dizer
Como se alguém fosse entender
Essas gargalhadas sozinhas
Que nem eu mesmo entendo.

Pra passar o tempo ando buscando,
Buscando algo que ainda não sei o que é, mas eu quero.
Quero patentear meus sonhos meigos
E, jogá-los em boa parte do mundo.

Só pra passar o tempo parei pensando
Desenterrando minhas idéias absurdas
Que não são um grande contra-senso como pensas
Elas identificam minhas manias e
Livram o meu mundo de algo desconhecido.

É só pra passar o tempo,
Somente.

Existência

  • 1
Tão grande é teu poder, não posso lhe pertencer.
O que se vai achar nos sorrisos obscuros de qualquer lugar?
Eu andei nas ruas esburacadas tal como meu peito faminto.

São vilelas fechadas as minhas concepções ultrapassadas,
Entregam-se os corpos aos filhos de Baco
Todos satisfeitos e eu atrás de explicações.

Minha mente procurava os sentidos
Que nem mesmo o destino sabia responder
Havia algo perdido em mim que busquei em você.

Finalmente me recusei a entender
Coisas estapafúrdias que não vou dizer
Não mais se entregam à chama incerta do futuro.

Algo que até hoje não percebi completamente
Tal qual entender minhas próprias fantasias
Já não consigo diferenciar noites e dias.

Meu Desuso

Habita em mim, algo que não sei dizer o que é,
Na noite vive, perturba sem dó,
Lembro-me da última vez que apareceu
Não dei gritos de socorro, acostumei-me.

Quebrada foi a vidraça como sorrisos que não enganam
A tristeza bordada com sangue na face é visível.
Ontem no quebrar da barra apurei
Meus olhos acesos pela chama calada da noite passada.

Abateu-se a suspiros solitários sem escrúpulo algum
Minha falta de prudência comum,
Conselhos mal dados por mim a mim
Desistiram e saíram sem livrar-me de peso algum.

Meus pensamentos assumiram seus anseios futuros e
Passam noites a pintar sem entendimento
Coisas desusadas há anos. Parei de me usar há anos.

Ninguém Mais

Dando poesia a loucura
Que toma minhas noites,
Os contornos de minh´alma e
Os anseios de minha pele.

A perturbação que me assola
Também dá forma,
As minhas palavras esquecidas
Em boas noites libertinas e solitárias.

Os desejos de minha carne
Fazem-me pensar que nada há mais.
Os amores de decênios são
Resumidos a eternidade de um beijo qualquer.

Vivemos dentro de nós tentando libertar
Uma caça que insiste em crescer
E nos dá a lição que já cansados de saber
Nos faz pensar:

Ninguém mais se prende a nada,
Não deve haver algo errado,
Ninguém repreende nada e
Todos os pecados foram perdoados.

Signore Brave della Notte

  • 0
La relativa aria che respiro
Ha miglia di distanza
La parte interna mantenuta lo ha desiderato
Tutto il relativo senso.

Pressinto i relativi timori
Assicurazione costante la vostra mano
Quando lo dite caro:
- Sono assicurazione.
Siamo signore brave della notte
Che difendono la sensibilità
Perpetuo dei ladri.

Le relative tracce calde
Ai tempi lo consumano
Caro, amo essere consumato.
Li desidero per completo,
Sempre nella mia vita.

- Di me il vostro lusso
Nei baptisms caldi dei campi
Del nostro caro,
Signora della notte, miniera
E, dei giorni, tutti i miei giorni
Desiderato.

Bravas Damas da Noite

Seu ar respiro
Há milhas de distância
Guardada dentro mim querida
Toda a sua maneira.

Pressinto seus medos
Seguro firme tua mão
Quando me dizes querida:
- Estou segura.
Somos bravas damas da noite
Que defendem o sentimento
Eterno dos ladrões.

Seus traços quentes
Às vezes me consomem
Querida, amo ser consumido.
Quero-te por completa,
Sempre em minha vida.

Dá-me tua luxuria
Em campos quentes batizados
De nossos querida,
Dama da noite, minha
E, dos dias, de todos os meus dias
Querida.

A Razão de Nossas Vidas

Lá do alto das montanhas
Sejamos firmes – alguém gritou.
Friamente sinto um toque
Algo desandou.
Cumpria com paixão
Cada ordem recebida
Sim, estamos em busca,
Da razão de nossas vidas
Decifrando mapas
Atrás de novas conquistas
Às vezes esquecendo das velhas
Que no passado nos livrara da guilhotina.

O capitão havia esquecido as trilhas
Caminhar com o coração, é essa nossa ida
Atrás de alimentos que matem, toda a dor da partida
Sejamos fortes – novamente o capitão gritou
Nada vai nos parar enquanto houver vontade
Aqui é nosso lugar,
Novamente preocupados
Pois tudo se perdeu.

Um bando ameaça:
– Rendam-se ou morram!
Isso ainda não se ouviu
Devemos continuar tentando
Pois nada sucumbiu.

Não me entrego,
Não me entristeço
Com a ira dos dragões
Somos tão pequeninos
Mas nossa coragem se entrelaça
Com um desejo insano de vencer
Enfrentamos mil ladrões
Levantar é preciso quando o sol amanhecer
Nem que amanheça dormindo
E acorde quando o dia escurecer.
É de onde sai toda a raça,
Razão de nossas vidas
Pois preferimos morrer a nos render
A eternidade de nossas feridas.

Desvairo

  • 0
Dias dormindo
Preciso saber se o tempo
Ainda está parado como antes.
Táticas mentiras
Aduladas ao acaso
Exposta as feridas
Em minha alma fria
Dura como aço.

Parecemos bravos
Aos outros, só aos outros.
Atrás de cada vida
Há sempre uma viga
Que não nos impede de pensar,
Somos até mais aptos
Quando não temos medo
Do que vai acontecer
Quando a noite chegar.

Não ando procurando por ninguém
Nem torcendo para ser achada
Tudo que se sentiu
Não foi exato como se viu.

Minha cabeça às vezes pára
Para pensar coisas estúpidas
Nada me atrai,
Já nem tenho tanta dúvida.
Somos o que dissemos,
Por mais enganados que sejamos.

Nesse sorriso se esconde consternação
Não andas dois passos
Escondendo esta aflição
Para mim só existe a verdade
Como religião.

Foi Hoje que eu Morri

Ela me escreveu
Se declarou
Se foi, morreu.

Tentei nadar na correnteza
O mar levou minhas vestes
Fiquei exposta
Com o tempo frio
Brinquei, morri.

Ele me escreveu uma canção
Não era de amor
Pediu para selarmos a desunião.
Aceitei, morri.

Somos filhos
Fortes e incrédulos
Procurando um recinto
Para sair da agitação.

Ontem ganhei uma declaração
Antes descobri
Vulgarizam o amor
E nele justificam a dor.

Eu vos Declaro...

Ele não sabia o motivo
De tanta falta de romantismo
Na parte mais alta de sua promiscuidade
Quase morto de amor,
Desprezado.

Ela não pensava
Trancada no quarto de seu orgulho
Desprezava-o sem querer
Acorrentada com a ambição
Ora, até esta amava-a.

Não sabia como tratar o amor
Até o dia em que este cansou,
Traduzo-a como triste para sempre
Enquato ele adulava seu harém
Triste para sempre também.

Perdão

Pelos canais aparecem lágrimas
Os reis não sabiam o porque
Sou minha própria ameaça
Estou só.

Discrente de qualquer força
Sabendo que só existem sorte e azar
E mais injustiças que qualquer coisa.

Eu não queria pensar assim
Mas é que já perdi de tudo
Todo dia some um pouco
Até que não me reste nada.

Às vezes chego a duvidar
Da existência de Deus
Como agora,
Mais do que nunca antes.

Não Esquecerei Você

  • 1
Enquanto você está ai
Sentada sem inspiração
Esperando que alguém chegue para suprir
O que sobra em mim,
Eu observo de longe
Minha aparência esfarrapada
Que não permite ilusões.

Nessa escassez que me encontro
Falta-me amor para contestar
Suas atitudes bobas para impressionar
Sem sucesso, é uma pena.

Você não é mais a rainha de meu mundo
Esse título nunca foi de seu agrado
Mas sem querer você gostava
Quando te dava flores sem rugas
Estava tudo bem,
Só enquanto eu era cega.

Oh rainha, você entregou seu título
Para se casar com um plebeu rico
Não viu que rico sou eu, ou era
Quando tinhas muito amor por ti,
E quando acordava todos os dias pensando
Em como gastar tamanha fortuna.

Agora te compro flores
E as dou de longe,
Esperes rainha,
Seu plebeu já está na esquina
Com um carro luxuoso
E mais mil tesouros,
Minha menina rica, acabei de trombar
Roupas esfarrapadas, acabei de doar
Rico sou eu, de tanto amor
Por ti, minha nova nobre.

Alguns

Você está quieta, não meche um dedo sequer. Adivinho de longe o que está pensando ou, talvez fique tentando até que as luzes dos postes apaguem e resolvam decretar o resto dessa perturbante noite. Eu custo a me entender, no entanto não poupo esforços para ter gravado em minha alma cada traço de seu barulho desconcertante. Sim, eu sei o que está pensando, nesse fracasso amargurado que sinto agora, estou mais segura para entender as pessoas que nem conheço.

Eu sei o que você fez ontem, ninguém me disse. Mas os fatos vêm de encontro a nós demore ou não. Você pensou em mim.

- O que teria sido caso nosso romance ainda existisse? - Você perguntou a si mesma.
- Eu continuaria cego. - Respondi.

Mas você ainda pensa em meus beijos, eu sei porque ontem à noite, na minha cama senti.

Penso em você sim, quando resolvo me arrepender de ter perdido tanto tempo, mas só então descubro que o tempo não foi perdido, embora você não seja construtiva, eu aprendi comigo mesmo dentre outras coisas, a amar com cautela. Isso às vezes me mata, mas é bom ter o prazer de nascer todos os dias.

Frígida

  • 0
Acostumei-me com seu jeito frio
Encarei o brilho que só eu vi
Tranquei-me em silêncio profundo
Olhe para ti, linda.

Ninguém mais fala nada
Ninguém condena, desaforados.
Teu calor intrigante me desfez por completa
De todos os laços desacreditados.

Olhe para mim linda,
Não sinta minha falta
Estou aqui para você
Sem a completa ousadia,
Que a tanto torcia para apaixonar-se.

Não me entenda querida,
Una teu laço peito ao meu
Com um amor profundo e inquietante
Que nos deixe loucos de amor concomitantemente.

Esse Vão

É isso que me deixava igual a você
O vão que cortava nossos caminhos
Foi deixado para trás
Mas não esqueci de quando nos amávamos.

Seu grito foi lavado
Do fundo da alma, amargurado
Perdeu-me fácil querida!

Mesmo assim, uma agonia me toma
Quando passas por perto
Minha mente sai de seu estado
Entra em total desarmonia
Com meus órgãos desacostumados
A uma nova moradia.

Parecia ser para sempre,
Mas o sempre acaba a cada chuva forte
Que me deixa triste como nunca
E sem paciência para sonhos.

Seu brilho se perdeu
Nos cantos cheios de imundice
Nas ruas alagadas que você não desafogou
Em prantos soluçantes
Que a pena atrelou.

Os Bois

  • 3
Na noite passada tudo foi apressado, eram muitas pessoas de lá para cá, avisadas do que acontecera. Menos eu, que inocente permanecia intacta e calada.

Eram apenas bois avulsos que amedrontavam sem querer.
Tadinhos! Não mereciam tal mal comportamento a eles declarado.

O que se fizeram dos homens?
Antigamente as coisas eram um pouco melhor.
Oh Argo, meu animal. A ti amava mais do que a um batalhão.

Me visitastes e salvara meu eu da ira explicável de seus irmãos.

E os bois cairam em um sono profundo. Nunca mais escutei a respeito.

Romeu e Julieta

É sempre muito bonito essas histórias impagáveis de amor. Sempre acontece o mesmo e é isso que não me conforma. Fiquei triste pelo Romeu e pela Julieta, mas é a única história que me vem a memória onde os protagonistas não são felizes para sempre. Embora mesmo assim, acho que o Romeu está até hoje aos afagos com sua mocinha.

O Romeu está feliz agora, e seu futuro reserva belas sensações. E não é o vento que levará as expressões desse moço invejável.

Lá vem ele com seu cavalo branco, pede apenas um pouco de atenção e é atendido pela bela Julieta. Vão ao parque de mãos dadas e suas familias avisadas muito se importam, é o casamento que não deixa suas cabeças sossegadas.

Tiveram filhos e netos, são o próprio amor.

Eles nasceram no século XX por isso a Julieta acabara de por numa mochila a comida caseira dos netos que estão em sua fazenda. Vão com o pai a escola, fazem provas e estudiosos as crianças não decepcionam.

A noite vem e a lua cheia ilumina seu bosque, como em um conto de fadas.

Foram felizes para sempre.

Alado

Não há mais nada que faça
O cavalo voltar,
Ele está sozinho e perdido em você.

Não há mais nada que faça
O cavalo voltar,
Ele se escondeu bem em você.

Querida por que faz isto?
Desiste de tentar pousar
Em seu sonho perfeito.

Não há mais nada que faça
O cavalo voltar,
Ele corrói meu último amor.

Não há mais nada que faça
O cavalo voltar,
Estou bem agora sozinha como ele.

Querida por que faz isto?
Não vês que me consome
Com essa inconstância?

Não há mais nada que faça
O cavalo voltar,
Não há mais nada que faça
O cavalo voltar,
Ele perdido está.

Pense Bem

Se você corre atrás de um sonho
Que o vento insiste em derrubar
E seu suor ameaça cansar
Você foi rápido aparar.

Se suas calças rasgadas
Ameaçam conserto
Sem dó, seu pé está preso
E a água sobe ligeiramente
Não há como escapar
Até o último fim.

Fique de olhos abertos
E quando uma gota de cansaço
Imundo te afligir
É só porque ela não sabe agir
Com quem não conhece.

Se não conseguiu se livrar
Encurralado como boi
Que até a fuga deu errado
Do curral do seu cercado qualquer
Embaixo de um pinheiro interno
Onde a sombra insiste em naufragar.

Pense no que fazer,
Pense bem.

Amor por Sofrer

  • 0
Dei dois passos pro ar
Tentando encontrar
Algo secreto
Que nem eu sabia o que.

Tantas vezes amei sozinho
Tentei gostar de outras pessoas
Algumas vezes consegui
Outras desisti.

Ocasiões perfeitas foram criadas
Por mim e mais alguém
Meu corpo arde em febre
Agora escuto baixinho declarações
Será alucinação?

Discuti com muita gente
Amar de forma diferente
Minha caltela parece não ter fim,
Sim! Sofrer por amor é um fato
Amar já deixou de ser abstrato.

Acho Que...

  • 0
Fui passear - te procurar
Ganhei um ar - extra
Me fez amar - você também
Me perdi - encontrei o mar
Numa estrada - segui caminho
Sem destino - com você
Com amor - às vezes sem
Vivi bem - você também.